Um equilíbrio entre o discernimento e o sentimento na criação arquitectónica.

O processo de criação desenvolve-se a partir da consultoria e aconselhamento numa fase embrionária, passando pelo desenvolvimento dos projectos, coordenação, acompanhamento, fiscalização, design de interiores, até à entrega da obra, abordando uma perspectiva integrada, multifacetada, dinâmica, crítica e interactiva.

Cada situação é única tal como cada cliente. Assim, o cliente não é um parceiro ocasional, mas um interveniente que participa activamente em todo o processo e que deve ser entendido em toda a extensão da sua relação com o atelier e com a obra.

Para nós, a arquitectura é uma questão de relações. Os nossos projectos assentam numa base disciplinar estável e transversal, em que o entrelaçamento do contexto, da ideia e da experiência, materializa cada obra arquitectónica. São com estes proto-elementos que projectamos.

A obra, o ponto de síntese, tem como objectivo central buscar e encontrar a Beleza colocando-a ao serviço do cliente e de toda a sociedade. Não entendemos a Beleza como critério subjectivo a que muitas vezes se associa. Ser bonito ou feio não é o que procuramos. A Beleza vai muito mais além de critérios estéticos. Para nós, a Beleza na arquitectura está na veracidade da sua concepção, da sua ideia, da sua materialização e da sua vivência, isto é, quando resulta do desenvolvimento de uma ideia certeira ancorada ao contexto, estabelecendo uma estrutura coerente que esteja de acordo com os materiais escolhidos por critérios de lógica, culminando na experiência (percepção, compreensão e interpretação) prazerosa da obra.

Uma arquitectura sem ideias ancoradas ao contexto, sem a consciência da experiência da mesma, dos materiais, da luz, da sombra, da cor, da escala e da proporção, é simplesmente uma construção. Não é isso que queremos. Queremos produzir arquitectura!

Contexto

A arquitectura está ancorada a cada situação e por isso é conjuntural. Entendemos o contexto de trabalho como a especificidade do lugar e individualidade do cliente, de acordo com diversas dimensões. As dimensões física, temporal, cultural, histórica, económica, social, construtiva e funcional, constituem a história e a matéria principal do projecto arquitectónico. Para nós, não existe uma linguagem pré-estabelecida nem nenhuma fórmula que dê uma resposta a um problema concreto de uma transformação na qual participamos.

Cada projecto é então envolvido na problemática específica que se lhe depara, procurando captar, questionar e sintetizar todas as condicionantes de forma a desafiar e não harmonizar passivamente com elas. É assim que o contexto vai potenciar a geração de uma ideia funcionando como uma espécie de território de sustentação da mesma.

Ideia

A ideia é a pedra angular da arquitectura. Da mesma forma que as pedras angulares definem a estrutura da construção e estabelecem ali a ordem espacial, a ideia organiza e dota a forma construída de intenção e conteúdo. É uma construção imaterial materializada na forma física.

A ideia é a síntese de todos os elementos que compõem a arquitectura. Todos os elementos convergem na ideia. Uma arquitectura sem ideias é vã, é pura forma vazia.

Pensar, sentir, discernir. Eis a origem de toda e qualquer ideia.
Objectivamente, a ideia é tanto mais precisa quanto melhor responda às condicionantes do projecto, tendo sempre o indivíduo como foco central, e tenha a capacidade de ser materializada e de gerar um significado que permaneça na memória e no tempo.

Experiência

A experiência espacial por parte dos indivíduos é fundamental para toda e qualquer obra arquitectónica, pois é ela que sintetiza todo o processo precedente que culmina num propósito final, a vivência. Para nós, só existe arquitectura se for vivida.

Entendemos como experiência espacial, a percepção, compreensão e interpretação de um determinado espaço. Para isso, exigimos a nós próprios a produção de uma arquitectura multissensorial que permaneça na memória e não meramente visual e estéril, uma arquitectura profunda que integre os sentidos com as memórias. Enfatizamos e manipulamos os espaços, os materiais de construção, as texturas, as cores, os odores, as luzes e as sombras tendo em conta critérios de proporção e escala, para serem captados pelos sentidos, de forma a proporcionar conforto físico e emocional e a contribuir para a criação de atmosferas. São estas atmosferas, que resultam da interacção dinâmica entre os elementos arquitectónicos objectivos e a sua percepção subjectiva, que permanecem e que comovem.